domingo, outubro 23, 2011

Reatar nós

Reatar nós é uma angústia que só
o outro também quer?
o outro também espera?
o outro ainda se lembra?

A fantaisa do reato é prazeirosa
dissimula da angústia da realização iminente
na mente tudo se mente
sementes de dúvidas
flagelo de alucinação

Pode ter sido uma grande amizade
um relacionamento sério
um encontro marcado por anos de separação

Algumas destas experiências pedem ser revividas
pedem ser retrazidas
ao leito vigoroso do tempo presente

Reatar é embater memória e passado
degladiar ausência e desejo de repetição
é uma angústia do que vive só

Ao cárcere, do picadeiro

Atrás das grades:
queremos prender o palhaço.
Como se isto pudesse libertar nosso riso!

sábado, outubro 15, 2011

O julgamento do palhaço

Impuseram ao palhaço
o peso de suas palavras

Nem mesmo sua máscara
lhe sai mais do rosto

Vão, agora, arrancar-lhe o couro
com 100 mil flagelos judiciais

sábado, setembro 24, 2011

Os Pilares da Fera

Assistir a "Os Pilares da Terra" me fez pensar se Deus pode ter vontade, no sentido de que se tiver vontade não tem perfeição; pois todo desejo é o debruçar-se pelo que falta, assim um Deus que deseja se torna um ente, cujo ser se afirma no vazio da realização, buscando saciar-se. Eu não quero ser alimento divino.

segunda-feira, agosto 29, 2011

Alvorada

Ao primeiro clarão da manhã 
tua ausência repousa em minha cama 

Restam-me teu cheiro 
e o desejo louco de beijar-te mais uma vez 

Este meu dia 
mais uma jornada de memórias

sábado, agosto 20, 2011

Quem sabe faz, e não ensina?

Por acaso a faculdade não é o mercado de trabalho do professor? Quem sabe, aprendeu sozinho ou com outro que sabe?

Opção A: se aprendeu sozinho, é foda mesmo, e nem PRECISA do mercado, porque qualquer um pagaria pra ver.

Opção B: se aprendeu com outro que sabe, com quem faz, aprendeu porque o outro ensinou, logo, aprendeu com um professor.

A opção B, todos nós somos capazes de encontrar exemplos. Há exemplo para a opção A... ou quem sabe uma opção C???

Esta doença

É o amor esta doença que se cura amando?

Crying over that love

I have been already trapped by your green eyes
I have already run over on the road of your smile

Today I run away from the warmness of your lips
for I don't want to hear once more
there is nothing else
between us

So I pretend to forget you

sexta-feira, agosto 19, 2011

Dor de amor

Não deveria amar quem não estivesse disposto a sofrer de amor.

Lamentos daquele amor

Já fui presa destes teus olhos verdes
já me desencaminhei na estrada deste teu sorriso

Hoje fujo do calor de teus lábios
para não ouvir de novo
que nada mais
queres comigo.

Finjo esquecer-te.

sábado, agosto 13, 2011

Ao rés do chão comum

Os brutos também amam.
Os ricos também choram.
Os belos também sofrem.

O que resta aos amáveis?
Aos pobres?
Aos feios?

Resta o cotidiano,
o dia a dia nu e cru da existência
que só os indivíduos comuns
inadvertidamente desbravam.

sexta-feira, agosto 12, 2011

A finitude humana

Não há experiência de finitude sob a luz do altíssimo. Há, outrossim, experiência humana inventada, mal vivida, enviesada por simulações semânticas. Ser humano dói, desespera, mas cala eloquentemente na relutância de ser só o que se é.

A soleira de teus olhos

Debruço-me na soleira de teus olhos para ver-te melhor. E me vejo!

Cada guerra

Cada guerra consigo enterra uma lógica de funcionamento Com a arma mais potente vem a verdade mais forte Cada morte é uma moeda com dois lad...