terça-feira, dezembro 04, 2012

Soc(p)iedade des(ar)rumada

Que mais podemos esperar de uma sociedade
cujos palhaços se dobram no picadeiro
para desculparem-se da piada feita?

Discurso des-objetivado (?)

O fato e o palhaço
fez-se estardalhaço
mas o palhaço de couro cindido
volta a público pedindo ser remitido

terça-feira, novembro 13, 2012

Análise psicoapológica

Que seria do artista sem uma boa angústia, sem algo que lhe fira a alma para recordar-lhe o paradoxo da natureza: pra-ser-para-a-morte?

Dionísio das intempéries!

Apolo dos fracos!

Bacos reaproveitados dos espólios de guerra!

Afrodites perdidas nas noites de abandono, amantes covardes!

Báculos, loucos Bacos, envergados pelo peso da púrpura de sua devassidão!

Todos fontes puras e pútridas, das quais os artistas, estes alquimistas dos sentidos, fingem, infringem novas estéticas, pragas e pragmas dos acadêmicos sem sonhos, sem chão.

Na arte, os artistas recriam a própria vida, não a vida de si mesmos, mas a vida universal. É por isto que seus labirintos são planos, longos e largos, estudo em vermelho ou preto profundo, sombra sobre luz, desertos áridos e infinitos.

Não há imitatio rei naturae, mas uma relatio demiurgicus felaetitiae. É por isso que, na vida, os artistas cavam um nível acima do chão e voam no âmago da terra. Não têm cinco sentidos, mas um sentido só: o todo. E se piscam, é uma premência natural para mudar de ponto de vista.

Não lhes interessa ser entendidos, embora se deleitem com os aplausos. Mas isto se dá somente porque são adictos à ambiguidade. Basta-lhes saber que são o que são ou aos olhos de um só, ou às palmas de muitos. E se se curvam em reverência é para dar um aceno de imortalidade, apenas para não matar de inveja os deuses, espectadores de primeira fila.

Os artistas não apreciam os adjetivos da loucura, mas se os aceitam, é somente para dar a ilusão de diálogo com seus admiradores espartanos. Para aqueles, estes são uma ocasião a mais de inspiração, pois ânsia e ignorância são os estados livres de uma mente, cuja imaginação segue adormecida na noite comum.

E muito embora se mostrem humanos como os outros, não os são outros, mas somente os homens e mulheres que são, pois seu ofício os unifica, a ponto de serem muitos em um só. É por isso que para eles não há espelho. O que os orienta é o reflexo nos olhos de seus espectadores, as palavras de seus ouvintes, o pedido de seus amantes.

Os artistas, isolados num mostrar-se contínuo, precisam equilibrar-se entre os tempos de caverna e aparição. Mesmo que dissimulem criar às vistas públicas, sua arte lhes pede criar em solidão. E é este o motivo de muito terapeuta querer curar o artista de sua depressão. Não há depressão no artista, porque ele é em algo parecido a uma substância que, ora social, ora antissocial, mas sempre o substrato a partir do qual o nada ganha sentido, assim como um estado qualquer ganha massa.

Artista se angustia.

Artista, se angustia, cria.

Este é o paradoxo de sua natureza: pra-ser-para-a-morte.

domingo, novembro 11, 2012

Limites da ciência

"Matem o meteorologista

Pode chegar o dia em que os responsáveis por previsões do tempo respondam pelos erros, como os cientistas italianos dos terremotos - 04 de novembro de 2012 | 2h 09"

 

Se uma criança, adolescente ou um jovem se torna um marginal, posso punir os pais por não perceberem e não avisarem as autoridades sobre esta iminente ameaça social?

 

Até onde os limites do nosso conhecimento podem estar misturados ao erro ou à negligência?

sexta-feira, outubro 26, 2012

Pela via torta

Na noite de 24-10-12, por volta de 18h50, em uma chamada na TV divulgando a novela "Salve Jorge", a escritora Glória Perez fez um comentário inusitado.

A repórter perguntou sobre o tema tráfico humano e a escritora respondeu que o Brasil EXPORTA muitas pessoas para este tráfico e ela, G. Perez, achava que era hora de dar um alerta sobre o tema.

Exportamos?

As pessoas, vítimas do tráfico, são exportadas de livre vontade?

Elas são um produto que rende royalties ao país?

O que o país ou quem ganha com esta exportação?

Trata-se de uma comercialização bilateral, pelo menos?

Com a fala da escritora, até entendemos a mensagem, ou parte dela, sobre o tráfico humano, mas pela via torta.

Imagem disponível em: http://www.tvcaiua.com.br/ExibeNoticia.aspx?Not=Tratar%20uma%20pessoa%20como%20mercadoria%20%C3%A9%20a%20forma%20mais%20grave%20de%20agredir%20sua%20dignidade&NotID=25106. Acesso em: 26 out. 2012.

quinta-feira, outubro 25, 2012

segunda-feira, outubro 15, 2012

Metafísica das incertezas

Se até a física agora trabalha com um princípio de incerteza,
por que as metafísicas preconizam as certezas de tudo?

segunda-feira, outubro 01, 2012

Prece de estiagem

Trovão,
estrondeie de mansinho
para amenizar a ventania
de sua chuva

Regra de ouro

Se ainda não lhe dirigi minha crítica
é talvez porque você (ou eu) seja perfeito de mais para recebê-la
ou talvez porque você (ou eu) seja imperfeito de mais para assimilá-la
ou talvez porque você (e eu) deva me tratar como lhe trato

quarta-feira, setembro 26, 2012

Feras aladas

Roubou a comida de seu semelhante como se tomasse o que sempre havia sido seu.

Propriedade pré privada. Demarcações de território. Quem pode mais.

Relegado à falta, o outro foi à busca de outro banquete. Desta vez, à mostra, todos os dentes que nunca teve no bico.

Defenderia sua ervilha, ou seu elefante.

Fome e ferocidade transformam pardais em feras.

E elas riscam o vento

25-09-12

O pedinte

Era dotado de uma coragem grande para pedir as coisas.

Mesmo com uma boca não tão hábil em muitos sorrisos, este parecia seu argumento maior.

Desconhecia a fome. Conhecia situações como fartura ou carestia. Fome seria mostra de crença e desespero de que a comida pudesse não vir mais.

De um extremo ao outro, a técnica se resumia no olhar profundo, um esboço de sorriso e um rabo balançante.

25-09-12

Só na multidão

Foi atravessar a rua desavisadamente. De todos os lados, carro algum.

Sentiu-se só.

Havia muitas faixas pelo chão, mas não eram confiáveis, nem companheiras.

Atravessou a rua prevendo um lampejo de felicidade por chegar ao outro lado.

Olhou para trás, havia esquecido a si mesmo no cruzamento anterior.

Só na multidão essas coisas acontecem.

25-09-12

Mal virtual

O virtual me controla e me engana,
achando que eu não sei disso.
O consentimento
nos levará
para o inferno.

domingo, setembro 16, 2012

segunda-feira, setembro 10, 2012

Prece da seca

Vem trovão!
Anuncia a chuva
que te acompanha.

Breve funeral

Olhos entreabertos, a boca ensaiando um pedido.

Ninguém mais sabia o que lhe oferecer, não fossem os sucessivos arrepios que se faziam porta-vozes de seus desejos.

Cercado pela prole, catatônica, estrebuchou-se num último suspiro.

E, num gesto de adeus, os calangos todos deram-lhe as costas e, agora serelepes, seguiram seu caminho.

quinta-feira, setembro 06, 2012

Política à moda antiga

Viramos a esquina. Ele nem sequer nos viu mas, em campanha que estava, o bom e velho ladrão acenou para nós.

Estava entretido com outras falácias, havia outros passeantes na calçada, de quem ele tentava arrancar confiança.

Trajava roupa engomada e, por máscara, levava somente óculos de sol.

Essas foram as antagonias do meio daquela tarde: o político estava à sombra, e acenava do alto de seu descompromisso.

É fácil predizer seu nenhum compromisso com os votantes.

sábado, setembro 01, 2012

"Se esta rua fosse minha"

Vinha com uma felicidade maltrajada, uma alegria desvestida de dar gosto.

Apoderou-se da rua. Sentou-se à calçada e, na largueza do meio-fio, dispôs seus apetrechos.

Não havia passante despercebido àquele circo. Mas todos andavam em pernas mudas.

E, no auge daquela espetacularia, a menina lambuzada de doces proferiu a sentença:

___ Quer um doce, tio?

quinta-feira, agosto 30, 2012

Um poema

Há para o escritor
um intermitente desassossego
as coisas pululam à sua frente
as palavras furacaneiam-no por dentro

Escrever é inevitável
é imperioso
um combate injusto
quanto mais o tempo avança

Sua vazão escrita
não depende dos metros cúbicos de palavras
ele não conta o quanto escreve
escreve o quanto escuta

E quando escreve poesia
se satisfaz com o domínio das palavras
mas anseia, pobre Demiurgo,
a dominar as imagens de seus sonhos

Este poema
é o que lhe falta

Perturbação

Por que só tua imagem
me perturba?

Por que tua feição
não se apaga em meus pensamentos?

Por que te vejo
tão lucidamente nesta distância?

Ainda é cedo para falar
em paixão ou amor.

Por hora
sigo perturbado,
mas não só.

Paraíso, 20-08-12

Humanidade errante

Pessoas perfeitas
não são humanas

quarta-feira, agosto 29, 2012

terça-feira, agosto 28, 2012

“Médico, cure a si mesmo”


Chegou hoje a meus ouvidos
a história de um jovem pastor
que cura enfermidades
e arranca o demônio do corpo das pessoas
com um sopro só,
mas na hora do aperto
leva a filhinha para fazer inalação
no pronto atendimento do convênio.

Desvios antro(?)pológicos


Vejo algumas pessoas levantarem a bandeira da diversidade,
mas o curioso é que muitas delas manifestam o comportamento
de respeitar só à diversidade da qual elas fazem parte.

Vida (im)pública


Políticos que têm histórico de não respeitar a alguns,
mantêm o padrão de não respeitarem a qualquer um.

quarta-feira, agosto 22, 2012

Amar é surpreender-se


           Se considerarmos que estamos sempre em processo de mudanças e transformações, como responder à questão: a quem eu amo quando amo a alguém?
            No início de muitos relacionamentos, a paixão é uma marca registrada e explícita em muitos casais. E, conforme a fase vivida por ambos, a paixão se manifesta em graus diferenciados. Os mais jovens podem ser mais explosivos e dinâmicos, amor à flor da pele. Os mais maduros, talvez pelas experiências já vividas, manifestam um amor mais comedido e cauteloso, mas é indubitável reconhecê-los quando apaixonados.
            Com o passar do tempo, as pessoas amadurecem, ou naturalmente ou forçosamente, por causa das experiências vividas a dois. A paixão se transforma em amor e o amor se transforma em oblação, entrega total. Assim percebemos que nós também mudamos. Amadurecemos enquanto indivíduos, amadurecemos nossa forma de amar. A partir da primeira manhã de núpcias, vamos descobrindo uma novidade a mais em nossa cara metade. E, depois de uma vida a dois, podemos descobrir que a pessoa por quem nos apaixonamos não é exatamente a pessoa a quem amamos.
            É aí que podemos descobrir que, na realidade, não amamos a alguém, mas à surpresa que esta pessoa pode nos oferecer a cada dia.

terça-feira, agosto 14, 2012

domingo, julho 29, 2012

Amor sentido ou À beira do abandono


Sente esta dor de ser amado
sente
feito um cão raivoso
ansiando morder o mais próximo
                          o mais desavisado

Sente o desconforto da solidão
e a indiferença do encontro não apaixonante
sente
que o que te resta
é mesmo o que te sobra
o que ninguém mais quis
o desescolhido dos sentimentos humanos

Sente que teu vigor se esvai
e reza que o próximo sono seja o último
para que acordes
sem já sentir mais

terça-feira, junho 19, 2012

Mineiro duas vezes

Dizem do caboclo ensimesmado
que seu olhar meio calado
não é muita presunção

Se mais escuta do que fala
olha mais do que se alcança ver
está ressabiado

E se é próprio do mineiro
assim desconfiar,
sou mineiro duas vezes

domingo, junho 17, 2012

terça-feira, junho 12, 2012

O Galo Socorro*


Foi numa tarde de chuva, dessas que a gente não se anima a sair de casa. Não tinha vento uivante, nem mesmo trovoadas estourando no céu.

Socorro gritava, como se fosse com seu último fôlego: pedia aos céus que Lua Cheia não fosse para a panela.
...

Era uma vez um galo. Até então um galo qualquer, sem nome, desses que se vê por aí, perambulando desconfiado e atento ao que se passa dos dois lados de seu bico. Morava num galinheiro de portas abertas. Tinha um teto para se proteger da chuva, e tinha um grande quintal para vagar livremente.

Levava tranquila sua vida de galo moço, não era frangote. Era já galo feito, mas ainda não era o maioral. No galinheiro onde morava, outro galo fazia as honras que manda a natureza. O galo moço cantava, mas era o segundo da fila do dia. Batia as asas junto com o galo do pedaço, mas ficava mudo diante do canto que despertava as bandas da vizinhança.

Certo dia, um agito rondava o galinheiro. Todas as galinhas cacarejavam afobadas, frenéticas, volteando o pescoço para todos os lados. Alguma coisa no ar não cheirava bem. As galinhas mais experientes amontoavam os pintainhos ao redor de si. As mais jovens, mesmo alvoroçadas, ciscavam aqui e ali, desnorteadas como sempre.

Vieram os donos do galinheiro, mas alheios ao frenesi das aves, jogaram o milho pelo chão, conferiram a água do galinheiro e voltaram aos seus afazeres do dia. Houve um alvoroço só, um misto de satisfação e desconfiança. Por alguns instantes era hora de festa. Mas, acabado o milho, o medo e agitação do desassossego voltaram. Foi assim pelo resto do dia.

Ao anoitecer, como acontecia sempre, cada um procurava o poleiro ou uma laranjeira onde passar a noite. Era uma noite enluarada de lua cheia. Mas aquele anoitecer não era o mesmo: um vulto preto se aproximava lentamente, sorrateiro pelo chão. Era o Gato Desespero, um intruso da vizinhança. Passara o dia no muro, ora dormindo, ora espreitando as galinhas, como se elas desfilassem para ele numa passarela.

De súbito, o Gato Desespero avança em disparada na direção de uma das galinhas. Começa uma gritaria só. O galo moço, num ímpeto que a natureza raramente brinda às aves, avança sobre o Gato Desespero e, com suas esporas não de todo pontiagudas, despacha o invasor com uma saraivada de bicadas e esporadas, para a sorte daquela galinha, prestes a ser abocanhada.

O alvoroço se desfaz. Mas o galo moço não será mais o mesmo. As outras galinhas do galinheiro se aproximam e começam a chamá-lo de Socorro, Galo Socorro, e à galinha salva por ele de Galinha Sorte Grande. Mas o herói da noite lha dá outro nome: Galinha Lua Cheia, pois não menos cheio que a lua daquela noite, estava seu coração diante de sua donzela salva do perigo.

Na madrugada do dia seguinte, uma nova rotina estava por começar no galinheiro: o Galo Socorro, agora, passa a cantar de galo. Ele já estava bem treinado neste ofício natural. Mas nesta manhã nascente, do alto do telhado do galinheiro, ele tinha os olhos fitos no horizonte, que se despedia da escuridão da noite, e na Galinha Lua Cheia, que lhe dava as boas-vindas ao seu coração.

Socorro e Lua Cheia começavam sua história de amor. Eram o mais novo casal do galinheiro. Tinham tudo para seguir felizes um ao lado do outro. Nem mesmo o Gato Desespero se atreveria a perturbar, no galinheiro, a paz das aves.

Mas outra tragédia estava por acontecer. Num dia frio, desses que amanhecem sob neblina, o Galo Socorro mal podia imaginar que seria seu canto a chave para abrir aquele dia de desgraça. Mal sabia ele que o dia estava perfeito para uma canja. O nevoeiro da manhã foi cedendo lugar à luz do sol, mas o frio era maior. E como se só isso não bastasse, a tarde foi mostrando algumas nuvens se amontoando no céu, como se fossem as galinhas mais velhas do galinheiro, amontoando-se para se aquecer mais. Mas as nuvens do céu se uniam por outro motivo.

E foi nesta tarde de chuva, dessas que a gente não se anima a sair de casa, que tudo aconteceu. Não tinha vento uivante, nem mesmo trovoadas estourando no céu. Os donos do galinheiro vieram. Traziam um punhado de milho nas mãos. E, pela ordem da natureza, a fome vencia o frio. As galinhas, que estavam amontoadas, partiram em disparada na direção daquela refeição fora de hora.

Foi então que Socorro viu Lua Cheia ser apanhada de surpresa. Não restava dúvida: ela seria a canja daquela noite. Socorro gritou, como se fosse com seu último fôlego: pediu aos céus que Lua Cheia não fosse para a panela. Investiu contra aqueles gigantes, mas suas esporas e bicadas não fizeram o mesmo efeito de outrora. Socorro lutou contra a morte de Lua Cheia, com unhas e dentes, poderíamos dizer... mas foi em vão.

A chuva fria daquele entardecer descarrega as nuvens do céu sobre a cabeça de Socorro. Lá em cima, o céu se abre para dar visão à noite enluarada que se aproxima. Mas o céu enluarado daquela noite se fecha sobre Socorro. Ele passa a noite toda cantando para a lua. Nenhuma galinha do galinheiro, nem mesmo os assassinos de sua amada, se atrevem a calar o seu grito. Tudo se cala.

Na manhã seguinte, Socorro não está sobre o telhado. Está acuado num canto do galinheiro. Não houve canto matinal. Uma outra rotina estava por começar: o Galo Socorro nunca mais cantaria nas manhãs do dia.

E ainda hoje, nas noites de lua cheia, ele canta com olhos voltados para os céus: pede que Lua Cheia não mingue em seu coração.

Adriano Lima
São Sebastião do Paraíso, 07 de novembro de 2009

*Texto base usado para a criação do musical "Lua Cheia - O Galo Socorro" - Adriano Lima e Tullio Costa

sexta-feira, abril 13, 2012

segunda-feira, março 26, 2012

segunda-feira, março 05, 2012

domingo, fevereiro 12, 2012

A beleza do dia

Hoje o céu está azul.
Uma nuvem passa lentamente no céu.
Os pássaros voam por todos os lados.
Uma criança brinca na areia.
A natureza está feliz.
As árvores dançam com o vento.
As flores soltam um perfume suave.
Mesmo assim as pessoas andam apressadas.
Elas não percebem a beleza do dia.
Então para que o dia está bonito?
Por que as pessoas não veem esta beleza?
O que é a beleza do dia se ninguém presta atenção?
É verdade que a beleza está nos olhos de quem vê?
Não tem problema.
O dia vai continuar bonito.
As pessoas podem não ver esta beleza.
Mas a natureza é muito sábia.
Toda sua beleza é sinal de vida.
E a vida das pessoas faz parte desta beleza.
Só existe beleza enquanto existe a vida.

quinta-feira, janeiro 26, 2012

sexta-feira, janeiro 20, 2012

quinta-feira, janeiro 19, 2012

quarta-feira, janeiro 18, 2012

sábado, janeiro 07, 2012

quarta-feira, janeiro 04, 2012

Reminiscência


Busco solitário entre as sombras
tua lembrança fugidia
algo que me conforte
quando não estás mais ao meu lado

Algo me falta
me atormenta noite e dia
conto as horas
em cada rosto da multidão

Por onde vagueiam teus passos?
Em que paragens descansam teus sonhos?
adormeço em meu desejo
para sonhar-te uma vez mais

Quem ama perde o direito de estar sozinho.
A solidão é sempre a lembrança de alguém.

Quero tudo contigo,
pois só te quero a ti.

Por que, quando estás comigo,
fecho os olhos para te ver melhor?

A realidade é o que me falta
no devaneio estou contigo
se abro os olhos: é só tua ausência
na escuridão, quando não vejo,
é que estás comigo

Sonho que a aurora
anuncia tua chegada
Por isso peço que cada sol poente
leve o recado de minha espera por ti

Quem ama perde o direito de estar sozinho.
A solidão é sempre a lembrança de alguém.

Quero tudo contigo,
pois só te quero a ti.

Bilhete

Cheguei atrasado à estação
porque minha dor se mudaria em loucura
ao ver-te partir me atiraria a teus pés
mesmo sabendo agarrar-me somente à tua sombra

Deixei-te um bilhete malvado
para cumprir meu desejo final
em cada curva de teu caminho
estas palavras te atormentarão

Espero calado nesta estação
que cumpras tuas juras de amor
porque embarco nesta viagem
em busca de remédio
para curar minha dor

Se ao parar em outra estação
teu olhar se atrever voltar atrás
muda o rumo de teu destino
porque nem tudo que é teu está contigo

E assim em cada parada
tua viagem seja teu maior desatino
que leves na lembrança nesta tua estrada
cada cravo e dormente
arrancados de nossos trilhos

Hoje tua partida se esfumaça
na penumbra de minha espera
agora feita esperança
que lá no horizonte
quando estas linhas se cruzem
eu possa te encontrar

Cada guerra

Cada guerra consigo enterra uma lógica de funcionamento Com a arma mais potente vem a verdade mais forte Cada morte é uma moeda com dois lad...