quarta-feira, dezembro 31, 2014

Desejos de fim de ano

Desejo que o fim do ano
não acabe com suas andanças

Olhamos para trás
e vemos rotas feitas
caminhos traçados
e viagens
que não saíram do papel

Desejo que o fim do ano
não acabe com seus desejos

Pode ter faltado
uma visita a fazer
uns quilinhos a perder
a promessa
de um abraço, um beijo

Desejo que o fim do ano
não acabe com seus projetos

Tinha um negócio novo
a reforma da casa
aquela carta não respondida
abandonada
mas guardada na gaveta da memória

Desejo que o fim do ano
não acabe com seus sonhos

Fazemos novos planos agora
damos uma olhada no passado
vemos histórias reviradas
pendentes
e aumentamos nossa lista de sonhos

Desejo que o fim do ano
não acabe com seus encontros

Quando revisitamos as pessoas
na memória partilhada
nos dá vontade de parar o tempo
rebento
recriar novas chances de encontro

Desejo que o final do ano
não acabe com seus planos

Mais bem,
que lhe abra novos caminhos
       lhe renove a esperança
             traga novos projetos
                      novas histórias

Mas, sobretudo,
novos encontros
mais do que com novas coisas
ou com novas situações

Que sejam re-encontros
pois novos encontros
não dependem só de pessoas novas
é a novidade que você carrega
que pode deixar tudo novo,
de novo!

Feliz ano de (re)encontros!

Paraíso, 29-12-14

terça-feira, dezembro 30, 2014

sábado, dezembro 20, 2014

quarta-feira, dezembro 10, 2014

Strange lovers share nothing

We are perfect strangers to each other
there are some wishes we pretend to share,
but truly we do not trust each other
the same way we share a desire

No profitable fruit will be grown
between us, among such variety of absences

So even we keep trying any relation
there will be always a distinction
to seal our love-empty dialogues,
only full of words we share
like playing a puzzle
without picture on it

terça-feira, dezembro 09, 2014

Ao me deixar partir

Nunca vais saber
se fizeste a escolha certa
ao me deixar partir

Nunca vais poder dizer
que ainda resta uma chance
para me fazer retornar

Deixaste-me partir com desejo
sequer provaste de meu beijo
que ainda te quero dar

Mas a banda da distância,
teu silêncio e tua ausência
tocam a música do mútuo esquecimento

Logo seremos só uma história
um lampejo na memória
sem que me possas beijar

Uma vez mais

Volta no tempo comigo!,
e me diz "Olá, você veio mesmo!",
como naquela primeira vez

Faz-me arder em teus braços uma vez mais

Tira-me o fôlego de novo
ajusta a água de meu banho
e depois oferece-me uma bebida gelada

Repete comigo tuas carícias
teus beijos galantes
e aquela timidez no olhar

Depois rouba-me mais um beijo
e consegue de mim
as carícias que te agradam

Diz-me que és Regente do Tempo
e surpreende-me
abrindo tua porta de entrada
uma vez mais

Te amo

Te amo, de uma maneira sincera e serena,
lutando contra o açoite do tempo
e o abismo de qualquer distância

Te amo, de uma maneira deslavada,
desfeita de (06-12-14) qualquer pudor
e intenções não ditas

Te amo, descaradamente
e às escondidas,
quando velo teu sono

Te amo quando me mentes,
quando me dizes a verdade
e quando tenho que explicar-te os porquês

Te amo, em teu sorriso lindo,
em tuas lágrimas exageradas
e naquelas descontroladas por natureza

Te amo, quando brigamos; bom, nem tanto,
mas quando fazemos as pazes,
te amo mais

Te amo, querendo que não partas
te amo, querendo que regresses
te amo, indo e vindo

Te amo, destas maneiras e de outras
de um modo repetido ou surpreendente
sempre que te conheço mais

Te amo, descansada e incansavelmente
enquanto estejas presente
para que te possa amar

Paraíso, 04-12-14 e 06-12-14

A definição: inter abismus

Sou um andante solitário,
até a contra-circunstância.

Definir-se é sempre um risco,
a armadilha de um espelho
translúcido e cambiante.

O que sei de mim até o momento?

Memórias e intentos de recordação
de uma história que me escapa,
porque ainda inacabada.

Andante, porque há futuro;
solitário, por imposição da dor;
até a contra-circunstância.

A vantagem do risco,
é sempre surpreender-se!

Paraíso, 02-12-14

Cada guerra

Cada guerra consigo enterra uma lógica de funcionamento Com a arma mais potente vem a verdade mais forte Cada morte é uma moeda com dois lad...