terça-feira, novembro 08, 2016

Trilogomenas de histoprosórias III

O sortacaso: túdulo é fenomuldulação!


Já se escabidolou o tempunum. Por tôdulas sofridurescências da avígdula doilos coraçolones ao sortacaso se encolecontram.

Ao visgurar uma curvitolesca qualquedurer, Magnopigmeno se esbarroflora em Fig-lomenguena. “Moriposantolas no estrângulo”, dirimiriam noscos hermanguinitos hispanfonos. Foi sorricontente uma trócula de olharrisales. Não se beijuncaram aliru. Dediram-se as manuolas e transitolaram.

Entonfim que os doilos descumvibriram que a avígdula não é sór ferisfeitura de desengráçulas. Um driblilum no sortacaso e túdulo fenomúldula!

SJC, 07-11-16

Trilogomenas de histoprosórias II

A brevedurenha desfavoventura de Fig-lomenguena


Foi espetaculata a choradengüela. Os transitolantes se esvaineciam pela curvitolescas da cidadonga. Nádula restiminguara no chãonto por aliru.

Fig-lomenguena reducidira não zais quedurer sofridurescência na sua avígdula. Seria melituor assim. Já se enfarturrara de tanto sofridurescer que não zais podiduria aguaninontar.

Entonfim que Fig-lomenguena curvitovagou pela cidadonga tôdula em busquiúncula de um clamor novulum e diferescente.

SJC, 07-11-16

Trilogomenas de histoprosórias I

A curtolenguíssima histoprosória de Magnopigmeno


Era labutafinita. Tardeante como nádula, frioroza adsempertina, e os gastos transitolavam no revés da láscula de líruxo.

Magnopigmeno convulsionalizava de doris por cláusula de Doloris, aquela infaminta feitizonteira do clamor. Não haveranta machomeno que pudispondera resisfungir de bels enquespantos. Deuzarela feitizonteira do clamor!

Entonfim que Magnopigmeno sucumbivagou no revés da láscula, cristuntamente embausalado como um faracol e seus gastos transitolantes.

SJC, 05-11-16

Anáfora de Ana

Ana fora pra fora. Ana lá fora de novo. Ana fora pra boca do povo. Lá fora Ana de novo. Pra boca do povo, lá fora, fora Ana de novo. Quando se fartou o povo, de novo, Ana, que fora pra fora, entrou de novo. Também Ana, que fora lá fora, se fartou do povo.

SJC, 05-11-16

sexta-feira, agosto 26, 2016

Anonimato sim, privacidade não?

É possível garantir o direito à liberdade de comunicação e a segurança pública sem antes resolver o desequilíbrio entre privacidade e anonimato? 

O bloqueio de um aplicativo de comunicação pode ser comparado à prisão de um criminoso. Perder a liberdade de se comunicar se equipara a perder a liberdade de ir e vir. Mesmo que temporariamente, o bloqueio e a prisão são formas de controle e expurgo de que o Estado ainda se utiliza para resguardar a sociedade de bem comum. Mas numa sociedade que banaliza a privacidade e prioriza o anonimato, o bem comum segue perdendo para o bem individual. 

O Estado, então, somos cada um de nós. Somos todos Luís XIV. E só o provedor continua sendo o mais privado e anônimo de todos os cidadãos.

São José dos Campos, 16-08-16

De formação de palavras

Esses dias, na sala de aula, quase joguei fora meu fiel dicionário.

Na aula de português, passando pelos processos de formação de palavras, o exercício pedia para formar outras a partir de uma lista de palavras dadas.

Uma dupla se esbarrou na palavra jovem, seguida de uma multidão de outros mais.

Apareceram então enjuvecer, enjuvenil, enjovial, enjovar, enjo..., enjuve..., enjover, enjuveir, enjuvear, enjoar (risos), enjovear, enjoverecer, enjoverencerar, enjovenear, ah meu Deus!

Nessa hora achei que deveria queimar meu dicionário, já que ele não trazia aqueles verbetes todos.

E assim foi que a tarefa seguiu por gato: felinear, gatar, engatecer, engatar, agatar e por aí afora. Ainda houve tempo para enclarear, ensurdar, asurdar e encarpetecer!!!

Que queimar meu dicionário que nada! Como dizia Heidegger, que a libertação da linguagem é tarefa do pensar e da poesia, é melhor poetar!


São José dos Campos, 16-08-16

Malfadada Mafalda

Esses dias tenho visto as desventuras da Mafalda na novela das seis.

Há dias que a menina moça de família anda agoniada querendo conhecer o tal do cegonho.

Já tentou de muitas maneiras, mas na hora “H”, ninguém revela à moça os segredos do marido da cegonha.

Nem mesmo sua fiel conselheira, Tia Eponina, quis contar-lhe as peripécias do pássaro nupcial.

Malfadada Mafalda! Nada de conhecer o cegonho antes do casamento!

Hoje em dia, as meninas da mesma idade não tem a mesma curiosidade, de uma pureza quase original.


Pois hoje, que cegonho que nada! A dúvida é conhecer o melhor anticoncepcional.

São José dos Campos, 16-08-16

segunda-feira, maio 02, 2016

O ritual

Voltou ao mesmo canto escuro do bar, à mesa do primeiro beijo.

Repetiu o ritual da vela.

Aguardou a dama em trajes de baile.

Repetiu o ritual da cadeira.

Ergueu o dedo disfarçadamente, num gesto combinado entre ele e o garçom.

Repetiu o ritual do pedido.

Olhou-a nos olhos, como só eles sabiam como, e pediu-lhe a mão em casamento.

Repetiu o ritual de 60 anos de vida a dois.


SJC, 30-04-16

A decisão dos bichos

Apeou do cavalo com dúvida
estrada ou porteira?
A boiada trotou a resposta

SJC, 30-04-16

Pensamento vago

Cansado de vagar
divagou
devagar

SJC, 30-04-16

Poema espelho

A dor do amor não correspondido
tem logo que ser cessada
não com o abraço do amigo
mas com o beijo da mulher amada

A dor do amor não correspondido
tem logo que ser cessada
não com o abraço desconhecido
mas com o beijo da pessoa amada

SJC, 18-02-16

Mentira reversa

Cansei-me de tuas mentiras poucas
até descobrir transformá-las em versos
Farto-me, então, neste divertimento

SJC, 05-02-16

Cada guerra

Cada guerra consigo enterra uma lógica de funcionamento Com a arma mais potente vem a verdade mais forte Cada morte é uma moeda com dois lad...