terça-feira, novembro 13, 2012

Análise psicoapológica

Que seria do artista sem uma boa angústia, sem algo que lhe fira a alma para recordar-lhe o paradoxo da natureza: pra-ser-para-a-morte?

Dionísio das intempéries!

Apolo dos fracos!

Bacos reaproveitados dos espólios de guerra!

Afrodites perdidas nas noites de abandono, amantes covardes!

Báculos, loucos Bacos, envergados pelo peso da púrpura de sua devassidão!

Todos fontes puras e pútridas, das quais os artistas, estes alquimistas dos sentidos, fingem, infringem novas estéticas, pragas e pragmas dos acadêmicos sem sonhos, sem chão.

Na arte, os artistas recriam a própria vida, não a vida de si mesmos, mas a vida universal. É por isto que seus labirintos são planos, longos e largos, estudo em vermelho ou preto profundo, sombra sobre luz, desertos áridos e infinitos.

Não há imitatio rei naturae, mas uma relatio demiurgicus felaetitiae. É por isso que, na vida, os artistas cavam um nível acima do chão e voam no âmago da terra. Não têm cinco sentidos, mas um sentido só: o todo. E se piscam, é uma premência natural para mudar de ponto de vista.

Não lhes interessa ser entendidos, embora se deleitem com os aplausos. Mas isto se dá somente porque são adictos à ambiguidade. Basta-lhes saber que são o que são ou aos olhos de um só, ou às palmas de muitos. E se se curvam em reverência é para dar um aceno de imortalidade, apenas para não matar de inveja os deuses, espectadores de primeira fila.

Os artistas não apreciam os adjetivos da loucura, mas se os aceitam, é somente para dar a ilusão de diálogo com seus admiradores espartanos. Para aqueles, estes são uma ocasião a mais de inspiração, pois ânsia e ignorância são os estados livres de uma mente, cuja imaginação segue adormecida na noite comum.

E muito embora se mostrem humanos como os outros, não os são outros, mas somente os homens e mulheres que são, pois seu ofício os unifica, a ponto de serem muitos em um só. É por isso que para eles não há espelho. O que os orienta é o reflexo nos olhos de seus espectadores, as palavras de seus ouvintes, o pedido de seus amantes.

Os artistas, isolados num mostrar-se contínuo, precisam equilibrar-se entre os tempos de caverna e aparição. Mesmo que dissimulem criar às vistas públicas, sua arte lhes pede criar em solidão. E é este o motivo de muito terapeuta querer curar o artista de sua depressão. Não há depressão no artista, porque ele é em algo parecido a uma substância que, ora social, ora antissocial, mas sempre o substrato a partir do qual o nada ganha sentido, assim como um estado qualquer ganha massa.

Artista se angustia.

Artista, se angustia, cria.

Este é o paradoxo de sua natureza: pra-ser-para-a-morte.

domingo, novembro 11, 2012

Limites da ciência

"Matem o meteorologista

Pode chegar o dia em que os responsáveis por previsões do tempo respondam pelos erros, como os cientistas italianos dos terremotos - 04 de novembro de 2012 | 2h 09"

 

Se uma criança, adolescente ou um jovem se torna um marginal, posso punir os pais por não perceberem e não avisarem as autoridades sobre esta iminente ameaça social?

 

Até onde os limites do nosso conhecimento podem estar misturados ao erro ou à negligência?

Cada guerra

Cada guerra consigo enterra uma lógica de funcionamento Com a arma mais potente vem a verdade mais forte Cada morte é uma moeda com dois lad...