domingo, junho 07, 2015

Mentira das alturas

 


As alturas mentem
quanto mais olhamos pra cima

Pois cada teto que levantamos
encobre um céu que não se domina

Promessa de visita



À porta
para os passantes

À porta 
para os convidados

À porta
para o que promete
surpreender com uma visita

A porta
à espera
o enfeite é uma distração
que espero que te atraia

Brotação



Na luta por um espaço
o frágil vira aço
se a vida é brotação

Da metafísica à matemática,
isto é só

Outro olhar



Fogo de cor
labaredas de vida

Rebento de ciclo
dádiva de contemplação

E, aos olhos desatentos,
o lamento de te chamar 
somente 
flor

À custa de um serviço



Laboriosa e entretida
inveterada na faina da vida

Por entre espinhos e flores
por entre sabores e odores

Não para
não cala
vive à custa de um serviço
e o nada não a subtrai

Alta e profunda



Raízes sobreviventes
subviventes
silenciosas

Raízes vitais
incondicionais
vigorosas

Raízes de um desejo
de um tempo que brota
de um chão que se abre

O vigor das alturas
se mede na fundura
que vences na solidão fértil da terra

Na feitura da oferta



Uma promessa
se quebra
se o desejo
mente
na feitura
do dito

Um promessa
impera
se resiste
a força
da oferta
feita

Uma promessa
dura
se a cura
é maior
que o apego
à ferida

Uma promessa 
é vida

Nesta Terra de Quebra-em-nós-a-cruz

Todo esse fogo alastrado terá um efeito repetido   Deixará os ricos mais podres os pobres mais puídos   Pagaremos caro no mercado ganharão a...