sábado, novembro 20, 2010

A última pedra do dia

Hoje refiz as contas 
dos anos passados 
retirei da poeira 
os álbuns da infância 
as anotações da adolescência 
os recortes da juventude 
os contratos da maturidade 

Sobrou-me uma gaveta vazia 
como há tempos não a via 
não havia tempos como agora, 
faxinas da senilidade 

Passou-me, o dia, 
como a água que move a mó 
inveterada em seu leito, 
mesclada ao som da roda d'água 

Tive prazeres de reencherem os olhos 
desafetos de franzir-me o rosto 

E agora, antes de dormir, 
recoloco a pedra do esquecimento 
para repousar a memória

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